No capítulo inaugural de seu livro “A razão populista” (2015 [2005]), Ernesto Laclau faz
identifica que a literatura atribui ao populismo um sentido pejorativo. Isso porque, ao
longo de seu livro, o autor fará uma reconstrução do conceito. Segundo ele, a dificuldade
de se definir o populismo advém da própria vagueza que é dada ao conceito; o que
impossibilita que qualquer experiência social se adeque ou se desvie completamente do
conceito. O populismo funciona pela mobilização de significantes vazios que assumem
distintos sentidos a depender do emissor e do destinatário do discurso. Laclau defende o
populismo como discurso – uma dimensão discursiva; por isso é errado dizer que o
populismo é de direita ou de esquerda: na verdade, pode ser mobilizado por qualquer
político que se valha de suas características para atrair a massa social. Mas, para Laclau,
o populismo não pode ser taxado enquanto “anormalidade”, “desvio” ou “manipulação”:
ele deve ser apreendido enquanto uma técnica de mobilização discursiva do líder para
ativar sentimentos de antagonismo do “povo” contra a “elite”. O problema é que tanto
“povo”, quanto “elite” são significantes vazios que assumem diversos papeis a depender
do líder que busca, com isso, mobilizar sentimentos e atingir coesão social. Por isso é
preciso buscar um populismo emancipatório.
A razão populista
Como citar essa obra nas normas ABNT:
LACLAU, Ernesto. A razão populista. São Paulo: Editora Três Estrelas, 2013.
Como citar essa obra nas normas APA:
Laclau, Ernesto. (2013). A razão populista. São Paulo: Editora Três Estrelas.