A partir do conceito weberiano de cosmovisão, a autora busca reconstruir o ideário, certas formas de expressão e as pautas defendidas pelos formadores de opinião que participaram das convocatórias para as manifestações antipetistas de 2015, cuja principal demanda era o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Em sua abordagem, Messenberg pretende relacionar os discursos destes “influenciadores” aos valores que eles dizem defender, suas concepções da história e filosofias de vida. Nesse percurso, foca a análise em quatro “atores sociais” distintos: movimentos sociais (MBL, Vem pra rua e Revoltados Online), seus respectivos líderes (Kataguiri, Fernando Holiday, Rogério Chequer, Marcello Reis e Beatriz Kicis), jornalistas (Olavo de Carvalho, Reinaldo Azevedo, Raquel Scheherazade, Felipe Moura e Rodrigo Constantino) e, por fim, dois deputados federais, Jair Bolsonaro e Feliciano. O método foi o processamento computacional de postagens em redes sociais destes atores, donde extraiu “palavras-chave” que norteiam seus argumentos, bem como a análise breve da biografia de cada um dos analisados. Os resultados não surpreendem: com alguma variação de tom, todos propagam imaginários reacionários, não raramente de modo autoritário, preconceituoso e protofascista, sob o pretexto de zelar pela “família” e a “moral cristã”.