O artigo contextualiza o cenário político que levou à vitória de Jair Bolsonaro para Presidente do Brasil em 2018. Apesar de o tema do populismo ser mencionado de forma breve no texto, o conjunto de elementos discutidos pelos autores ajudam a compreender a emergência de um político populista de extrema-direita no cenário brasileiro contemporâneo. Para tanto, os autores discorrem sobre a crise multidimensional que propiciou as condições para a vitória eleitoral de Bolsonaro. Destacam, entre elas, as mudanças institucionais, como a perda de força dos partidos tradicionais, especialmente do Partido dos Trabalhadores após as acusações de corrupção e julgamentos da Lava-Jato, o crescimento das igrejas neopentecostais como atores políticos relevantes, apoiadores fundamentais de Bolsonaro e articuladores da agenda neoconservadora, a crise econômica dos anos de Dilma Rousseff e os protestos que levaram ao impeachment da ex-presidente, que ajudaram a consolidar um clima de desconfiança nas instituições e um sentimento antipetista entre a população.